Seminário de Meio-Termo da Capes faz balanço do atual ciclo avaliativo e debate critérios para o período 2025-2028

A Capes realizou, nos dias 13 e 14 de novembro, o Seminário de Meio-Termo da Área da Educação, em Brasília, conduzida pela coordenação da área, sob responsabilidade de Angelo Ricardo de Souza, Nonato Assis de Miranda e Giselle Cristina Martins Real.

O evento contou com a participação de representantes de cerca de 180 programas acadêmicos e profissionais de pós-graduação em Educação. Participaram da abertura a presidenta da ANPEd, Geovana Lunardi, e o coordenador nacional do Fórum de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação em Educação (Forpred), Marcelo Soares Pereira da Silva.

Soares apresentou as reflexões e proposições do Fórum, resultantes do Encontro Nacional do Forpred realizado em Manaus, nos dias 21 e 22 de outubro, no contexto da 41ª Reunião Nacional da ANPEd. Ele destacou que o documento resultante do encontro preconiza, como princípio fundamental, que o processo avaliativo da pós-graduação deve levar em conta o contexto social, histórico, político e educacional.

No primeiro dia do evento, a coordenação de área na Capes apresentou os dados já registrados na plataforma Sucupira, indicando algumas das tendências da área de Educação no biênio 2021-2022.

Ainda neste primeiro dia, e na manhã do dia 14/11, segundo dia do seminário, foram discutidos os critérios avaliativos para o quadriênio 2021-2024 e alguns possíveis ajustes relativos a esse quadriênio, a serem incorporado na Ficha de Avaliação 2025.

Inovação e impacto em debate

Nessas discussões predominou a apreciação dos parâmetros utilizados na avaliação dos indicadores qualitativos da Ficha de Avaliação. Também foram tema de debates os conceitos de “inovação” e “impacto” no processo de avaliação dos programas de pós-graduação em Educação.

Alguns participantes relataram que na avaliação quadrienal anterior houve muitas discrepâncias e incongruência em relação à compreensão desses dois conceitos.

Além disso, foi reiterada a proposta, já apresentada no documento do Forpred, de que os critérios de avaliação dos indicadores de inovação e impacto levem em conta a natureza de cada programa de pós-graduação e a autonomia deles na definição das ações de inovação e impacto presentes em cada um deles.

Segundo Marcelo Soares, este encaminhamento se aplicaria especialmente aos indicadores 1.3.1.; 2.3.1; 2.3.2; 3; 3.1; 3.1.1.; 3.2; 3.2.1.;3.2.2.

Ciclo avaliativo 2025-2028

Quanto ao próximo ciclo avaliativo, no 2025-2028 (Ficha de Avaliação 2029), tema das sessões da tarde do segundo dia do evento, foram apresentadas as formulações iniciais que estão em processo de definição no âmbito do Conselho Técnico-Científico (CTC) da Capes.

Até o momento, as indicações são no sentido de que a Ficha de Avaliação continuaria estruturada em três quesitos: Programa, Formação e Produção Intelectual e Impacto (local, regional, nacional e internacional).

O Quesito 1 – Programa - estaria organizado em três itens:

1.1. Identidade e condições do programa: Articulação, aderência e atualização das áreas de concentração, linhas e projetos de pesquisa, estrutura curricular, infraestrutura disponível; perfil, qualidade e envolvimento do corpo docente em relação às atividades de formação e de produção intelectual no programa, em conformidade com o planejamento estratégico, os objetivos, missão e modalidade do programa e as orientações da área;

1.2. Autoavaliação: Os princípios, procedimentos e resultados da autoavaliação do programa, sua compatibilidade e adequação à proposta do programa, alcance das metas previstas no planejamento estratégico, com foco na formação discente, na produção intelectual e no impacto previsto; e

1.3. Planejamento estratégico do programa, considerando também articulações com o planejamento estratégico da instituição, com vistas à gestão do seu desenvolvimento futuro, adequação e melhorias da infraestrutura e melhor formação de seus discentes, vinculada à produção intelectual.

O Quesito 2 – Formação e Produção Intelectual - teria os seguintes itens:

2.1. Qualidade das teses, dissertações ou equivalentes e sua adequação às áreas de concentração e linhas de pesquisa do programa;

2.2. Destino, atuação e avaliação dos egressos do programa em relação à formação recebida;

2.3. Qualidade da produção intelectual de discentes e egressos do programa; e

2.4. Qualidade das atividades de pesquisa e da produção intelectual do corpo docente do programa.

Por último, o Quesito 3 – Impacto (local, regional, nacional e internacional), se organizaria em torno de três itens:

3.1. Impactos do programa para a sociedade;

3.2. Inovação, transferência e compartilhamento de conhecimento; e

3.3. Inserção e visibilidade.

Desdobramentos

Um maior detalhamento de cada um desses Quesitos e seus itens, assim como os desdobramentos dos respectivos indicadores ainda está por se definir, e serão objeto de consultas e diálogos futuros entre a Coordenação de Área e os Programas de Pós-Graduação.

Ao final dos trabalhos foi apresentada à Coordenação de Área, por meio de abaixo-assinado, a solicitação para que seja reaberto o sistema de coleta de dados na Plataforma Sucupira para atualização e complementação de dados relativos aos anos de 2021 e 2022.

Na avaliação do coordenador nacional do Forpred, Marcelo Soares, o Seminário de Meio-Termo foi mais um importante momento para troca de experiências e apresentação de propostas dos programas de pós-graduação junto à Coordenação de Área.

Ao mesmo tempo ele lembra que há uma tarefa importante a ser realizada no processo de formulação da nova Ficha de Avaliação para o quadriênio 2025-2029, com os indicadores a serem definidos em cada item e quesito.