UPMS na 39ª ANPEd - relato de Salomão Hage

por Salomão Hage – Professor da UFPA – Representante do GT 11 - Educação Superior

A realização da UPMS como parte da programação da Reunião Nacional da ANPEd me surpreendeu, pois há muitos anos participando da ANPEd ainda não havia me deparado com uma atividade tão diferenciada, de reconhecimento da importância do diálogo entre pesquisadores representantes dos Grupos de Trabalho e integrantes de movimentos e organizações sociais vinculados à cultura, à arte, ao teatro, ao axé, às mulheres, às crianças, à juventude, moradores de rua, travestis e transexuais, negros, pescadores, indígenas, assentados, educadores, de várias regiões brasileiras e de outros países, partilhando suas subjetividades repletas de semelhanças e diferenças, suas vivências e experiências de vida, de trabalho e de militância, suas angústias e medos, suas decepções e insatisfações, seus projetos de vida, sonhos e utopias. 

Foram momentos marcantes de ricas aprendizagens e de muitos e diversos ensinamentos, com fortes emoções, discussões e contradições, com depoimentos e narrativas de tradição indígena e afro-brasileira, envolvendo a mística, a música, a poesia, a religiosidade, a ancestralidade, em comunhão, unidos pela diversidade de práticas, saberes e bem-viveres visando a construção de um outro mundo possível, encharcado de afeto, de ludicidade, de empatia, de sensibilidade, de medo, de ousadia, de resistência e de fazer juntos, como parentes.

O reconhecimento da diversidade de gênero, sexualidade, raça, etnia, religiosidade... A polifonia de vozes, de emoções, de vivências... Contagiou os participantes da oficina, num curto período de tempo - dois dias e meio -, vividos com muita intensidade e amorosidade... Levantou nossa auto-estima, nos empoderou, nos libertou... Tudo isso trouxemos conosco para enriquecer nossos coletivos, nossos movimentos e organizações, nossas produções e reflexões, nossas relações e conviveres.