A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação esteve representada no Simpósio Ciências Humanas e Sociais nas Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação Contemporâneas por seu vice-presidente da região Sudeste, Antônio Carlos Rodrigues de Amorim. O encontro, que ocorreu no auditório do CNPQ em Brasília no dia 20 de agosto (leia mais), é uma iniciativa do Fórum de Ciências Humanas, Ciências Sociais e Ciências Sociais Aplicadas, do qual a Anped participa. Segundo o professor da Unicamp, "a presença da nossa Associação nas discussões do Fórum é muito importante no contexto atual, em que se pautam questões relativas ao financiamento da pesquisa da área e o debate conjunto sobre linhas de interesse e enfoques, haja vista a grande contribuição que a Anped pode conferir na seleção das prioridades, temas e modos de realização".
O simpósio, também de iniciativa do Conselho Deliberativo do CNPq, pela representação da área de CHS (Prof. Dr. Luciano Mendes de Faria Filho), contou com uma Mesa Redonda seguida de debates, encontro dos Grupos de Trabalho e plenária final apresentando as deliberações de cada GT.
Imagem: Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
Da mesa redonda participaram o Prof. Luiz Lins Ribeiro (Anpocs), que tratou do tema "A importância das ciências humanas e sociais para o desenvolvimento"; a Profa. Mirian Warde (Unifesp), que abordou o tema "Internacionalização das ciências humanas e sociais"; a Profa. Fernanda Antonia Fonseca Sobral (UnB), que apresentou resultados referentes às "Políticas de financiamento nas ciências humanas e sociais"; e a Profa. Carmen Rial (ABA), que focou "As publicações nas ciências humanas e sociais: novos desafios". Os textos dessas apresentações serão brevemente divulgados.
Imagem: Marcelo Gondim
O vice-presidente da Anped destacou a forma de construção do Simpósio, que conferiu perspectivas múltiplas e de diferentes pontos de vistas sobre políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação para as diferentes áreas das Ciências Humanas e Sociais, assim como a dinâmica de trabalho de discussão e encaminhamento de temas cruciais no contexto do financiamento e da gestão de políticas da área. Outro ponto destacado por Amorim foi "a abertura à análise e diálogo da Presidência do CNPq e da Diretoria das áreas de Engenharia, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do CNPq sobre as distintas sugestões e ideias que foram encaminhadas na plenária final do evento".
Os grupos de trabalho trouxeram várias contribuições, dentre as quais as destacadas a seguir.
Lugar das CHS nas Políticas de C&TI
1º Eixo de ação: formulação de política de C&TI para área de CHS. Criação de um GT para analisar mecanismos de regulação, organização e financiamento. Solicitar ao CNPq e à SBPC para que sejam feitas gestões relativas ao Fórum Nacional de C&T.
2º Eixo de ação: integração das associações no Fórum Nacional CHS (reunião na SBPC, reuniões dentro das reuniões científicas de cada associação, pauta coletiva de reivindicações e ações conjuntas – ética na pesquisa é a prioritária neste ano).
Internacionalização
Destacou-se que é preciso avaliar o programa Ciências sem Fronteiras, inserindo amplamente todas as áreas de conhecimento ou criando um programa específico para CHS; reforçar programas já existentes de experiência na formação no exterior, como as bolsas de estágio pós-doutoral ou doutorado sanduíche, em baixa na nossa área; aumento da bolsa de pesquisa PQ e aumento da bolsa de pesquisadores visitantes estrangeiros; priorizar grupos consolidados e projetos mais em rede; priorizar acordos de cooperação com unidades de ensino e pesquisa (universidades); criar um Edital de Centros de Estudos Avançados em CHS.
Temas Transversais e Editais Prioritários
- Edital específico para financiamento de periódico da área CHS;
- Editais de revistas bilíngues ou que publiquem textos em língua estrangeira;
- Editais de oficinas de redação;
- Chamada de Edital Ciências Humanas e Sociais com ênfase na Educação Básica.
Ética na Pesquisa
Elaboração de uma resolução específica para ciências humanas e sociais com um sistema independente, nos casos em que a interface com a saúde não for explícita. Esse sistema alternativo seria gestado junto ao Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI).
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