A ANPEd celebra o reajuste para bolsas de pós-graduação anunciado nesta quinta (16) pelo governo federal. Além de 40% de reajuste anunciado pelo presidente Lula, o MEC também deverá ampliar em 26% a oferta o número de bolsas Capes. A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação manteve postura ativa ao longo dos últimos anos sobre o tema, defendendo os reajustes em Brasília e em campanhas junto a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
Confira mais informações na matéria da ANPG:
O dia 16 de fevereiro de 2023 será lembrado pelo movimento de pós-graduandos como data a celebrar uma conquista histórica: após muita mobilização, o governo federal concedeu o reajuste das bolsas de estudos, colocando fim a uma década de congelamento.
O anúncio do reajuste nas bolsas da Capes e do CNPq foi anunciado pelo presidente Lula, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, na companhia dos ministros Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (MCTI).
O percentual de correção foi de 40% para as bolsas de mestrado e doutorado e de 25% paras as de pós-doutorado. Dessa forma, os valores passam de R$ 1.500, R$ 2.200 e R$ 4.100 para R$ 2.100, R$ 3.100 e R$ 5.200, respectivamente.
Além de pós-graduandos, foram contemplados com reposições outras modalidades de bolsistas, como os de programas de iniciação científica, que passa de R$ 100 para R$ 300, e a bolsa permanência, que atualmente é de R$ 400 a R$ 900 e terá um acréscimo variável de 55% a 75%..
Durante o evento, o presidente Lula apontou que recuperar as áreas de Educação e Ciência é uma das prioridades de seu governo e fez duras críticas à gestão Bolsonaro. “Nunca pensei que um país pudesse retroceder em todas as áreas, da economia a educação, do trabalho ao investimento, esse país sofreu um retrocesso, que nunca antes na história do Brasil aconteceu isso”, afirmou.
Vinícius Soares, presidente da ANPG, comemorou a recuperação parcial no valor dos benefícios como resultado de anos de mobilização de pesquisadores. “Esse primeiro e importante passo foi possível porque temos lutado há uma década, especialmente resistindo aos cortes e ataques do governo negacionista de Bolsonaro. Agora é momento de avançar”, afirmou.
Na avaliação do dirigente estudantil, as bolsas se tornaram o ponto mais sensível e visível de um problema maior, que é ausência de uma carreira que atraia os jovens a serem cientistas. “É preciso uma política permanente de reajuste das bolsas, como o próprio presidente Lula criou para o salário-mínimo, para não ficarmos à mercê de governos. Precisamos valorizar a carreira científica com direitos trabalhistas e previdenciários para os jovens pesquisadores. Temos muita luta ainda. Isso foi só o começo”, frisou.
ANPG: linha de frente na luta pelo #ReajusteJa
Só longo dos últimos anos, a Associação Nacional de Pós-Graduandos teve a recomposição dos valores das bolsas como sua principal bandeira.
A entidade lançou a Campanha Nacional Reajuste Já! e passou a coordenar, junto a centenas de APGs, uma intensa agenda de mobilizações para pressionar o governo federal e governos estaduais pela recomposição.
Uma das principais ações foi a coleta de um abaixo-assinado com mais de 120mil assinaturas em prol do aumento imediato. Além disso, diversas mobilizações nas redes colocaram o reajuste entre os assuntos mais comentados da internet.
Na última semana, uma blitz realizada pelas lideranças da ANPG e de APGs foi aí Congresso Nacional e a órgãos do governo para pressionar e buscar apoio para o reajuste, que, enfim, foi anunciado.