Para onde vai uma sociedade que trata professores com violência?
No dia 23 de abril, Belo Horizonte foi palco de mais um episódio de violência contra professores. Desta vez a polícia militar usou bombas e balas contra professores da Educação Infantil — professores que reivindicavam condições dignas de valorização da carreira do magistério.
Em Florianópolis, o magistério se mobiliza contra a privatização da educação. Também em Vitória professores da rede municipal lutam pela reposição salarial. Este ano já vimos professores e servidores, que defendiam condições dignas de aposentadoria, serem tratados com bombas e balas em São Paulo e em Mato Grosso do Sul.
A violência física é a expressão mais crua da desvalorização do magistério. É preciso que a sociedade toda dê um basta nesta forma de tratar os educadores. A responsabilidade pela violência é de prefeitos que congelam salários, desrespeitam carreiras, submetem professores e estudantes a condições precárias de fazer educação. A responsabilidade é de governadores que têm feito o mesmo nas redes estaduais e que são responsáveis pela política de segurança pública. A responsabilidade é de uma sociedade que aceita uma política militar com grau de violência próprio da ditadura e próximo da incivilidade. A responsabilidade é do governo Temer que aprovou uma Emenda Constitucional que violentou os direitos sociais congelando os gastos federais por 20 anos e que induz estados e municípios a fazerem o mesmo.
Não há direito à educação sem professores e estudantes em espaços educativos dignos e saudáveis. Não há educação sem democracia!
Valorizar o professor é respeitar seu direito à manifestação, à carreira, à remuneração digna. A ANPEd se solidariza com as pessoas que trabalham como professores da Educação Básica em todo o país e, nessa semana, em especial e simbolicamente com professores da Educação Infantil de Belo Horizonte!