Nota de pesar pelo falecimento da professora Maria Emília de Castro Rodrigues (UFG) e manifestações

A Diretoria da ANPEd e o GT 18 Educação de Pessoas Jovens e Adultas lamentam profundamente o falecimento da professora Maria Emilia de Castro Rodrigues, na noite do dia 8 de março, tendo como uma das causas a contaminação por Covid-19. A professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás era associada à ANPEd, contribuindo nas pesquisas e mobilizações do GT 18 -  Educação de Pessoas Jovens e Adultas, onde apresentava suas pesquisas, era parecerista Ad Hoc e foi coordenadora e vice-coordenadora. Fica a sua contribuição para os campos acadêmicos da Educação Popular, da EJA, da EJA integrada à Educação Profissional. Fica sua dedicação sem tréguas à luta pelo direito de todas e todos à educação pública de qualidade. María Emilia, presente!

Seu sepultamento será nesta terça (9), às 16h30, no Cemitério Memorial Parque, em Goiânia (GO), com a presença restrita ao seu esposo e uma de suas filhas.

Manifestações

Nós, do Fórum Goiano de EJA, cumprimos nosso doloroso dever de comunicar o falecimento de nossa companheira Maria Emília. Professora Maria Emília, educadora freireana, inspiradora e orientadora para que sujeitos da EJA pudessem ser mais... Militante aguerrida, seu nome consta na fundação e fundamentação desse nosso fórum.  Ela já não está entre nós, mas a chama de seu legado sempre permanece a nos iluminar...
 
 
 
É com uma enorme tristeza e um grande pesar que a Direção da Faculdade de Educação da UFG e a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/FE/UFG) comunicam o falecimento da profa. Maria Emília de Castro Rodrigues. Tristes, indignados e sensíveis a dor desta perda, decretamos luto oficial por três dias na Faculdade de Educação (UFG), homenageando nossa querida colega e perda das 267 mil vidas de brasileiros que foram ceifadas por uma política deliberada do estado brasileiro de falta de assistência e de planejamento no combate à covid-19. Nossa solidariedade à família e aos amigos.
A profa. Maria Emília era uma pessoa amável, acolhedora, sensível, de sorriso farto e espontâneo, doce, de voz mansa, porém forte, decida e íntegra. Conseguiu em seus anos como docente transformar a defesa da educação pública, laica, inclusiva e de qualidade para todos/as em luta pela educação dos jovens e adultos.
Sua luta incansável pela defesa da educação de jovens e adultos seja na Faculdade de Educação da UFG, no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/FE/UFG), na Secretaria Municipal de Educação de Goiânia, no GT da ANPED, entre outros espaços, se misturaram com sua própria vida. Falar de educação de jovens e adultos, na cidade de Goiânia e no estado de Goiás, é falar da prática educativa da prof. Maria Emília.
Maria Emília amava a vida, a família, as plantas, seus alunos, orientandos e amava Paulo Freire. Lutou pela inserção da discussão da educação de jovens e adultos nos currículos de formação de professores, fazia questão de estar presente onde fosse preciso para nos lembrar da importância de inserir essa discussão. E com seu jeito respeitoso, calmo, mas ancorado em um discurso qualificado e comprometido conseguiu promover alterações no currículo do Curso de Pedagogia e em documentos sobre a formação de professores na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Somos gratos a profa. Maria Emília pela sua presença, pelas suas contribuições, pelos seus estudos e por sua atuação como docente, pesquisadora e militante. Sentiremos sua falta. Compartilhamos texto escrito pela profa. Amone Inácia, que com muita sensibilidade traduziu em poucas palavras a Maria Emília, uma grande mulher!
À você Maria Emília nosso reconhecimento, nosso carinho e nossa saudade!
No meio de tanta dor que nos atravessa, tomo parte do tempo, para falar de Maria Emília. O nosso último adeus era naquele momento um até breve. Ela, delicadamente me deu duas mudas de planta, como sempre fazia. Tão bonitas, tão vistosas, em um vasinho cuidadosamente arrumado por ela. Enfeita a minha mesa e perfuma a minha alma, acalentando a dor de perdê-la em um momento de tantas perdas, da ida de pessoas tão queridas! Me disse que ali resumia a sua vida, as escolhas dali para a frente, como aquela atividade a transportava para uma outra realidade tão verde, tão humana do cuidado com a terra. Naquela conversa curta eu esquecia que o país tinha 250 mil mortos pela pandemia. Ela iria buscar seus materiais na FE e era difícil para ela essa despedida, porque ali estava uma vida de dedicação e trabalho. Me pus hoje a pensar sobre a brevidade da nossa passagem, da rapidez das coisas e de como pequenas atividades podem ser as últimas. Essa colega tão humilde era uma gigante nas atitudes, na generosidade. Em uma época de tanta maldade, e de sua consequente banalização, Emília tinha gestos doces e um jeito de falar encantador. Tivemos a oportunidade de viajar algumas vezes, e em vários momentos, a conheci como mãe dedicada, esposa amorosa e avó apaixonada pelas suas netas. Como docente, era uma professora que se aproximava de seus estudantes, tendo empatia por suas dificuldades e atendendo-os quando precisava. Hoje conversava com um colega, que pessoas como ela não deveriam partir. Ela está nos nossos corações e mentes e tenho orgulho de ter convivido e conhecido essa grande mulher!”
Fraternalmente,
Lueli Duarte e Amone Inácia Alves
Direção FE/UFG
José Paulo Pietrafesa e Silvia Rosa Zanolla
Coordenação do PPGE/UFG