“Atordoados permanecemos Atentos”[1]: o que ainda precisamos dizer sobre a BNCC do Ensino Médio?
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta terça-feira, 04 de dezembro, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio com 18 votos a favor e duas abstenções. Consolida-se, com isso, o conjunto de reformas instituídas para o Ensino Médio, iniciadas com a Medida Provisória 746/16 e seguidas pela aprovação da Lei 13.415/17 e da Resolução CNE/CEB 11/2018 que institui as Diretrizes Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM). O conjunto destas reformas foi alvo de várias Manifestações de Repúdio coletiva e documentos de análise, de diferentes Associações Científicas, entre elas a ANPEd, e publicadas no nosso Portal.
Nesta mesma direção, a Diretoria da ANPEd gostaria de mais uma vez expressar nossa preocupação e indignação com a aprovação desta BNCC, diante de um percurso que teve como marca: audiências públicas interrompidas, criticas severas de especialistas em diferentes áreas e de conselheiros do próprio CNE, ausência de diálogo com as associações científicas. É atordoante ver um país assumir reformas educacionais e políticas educativas, contrárias ao que os especialistas da área indicam como as mais adequadas e desinteressado pelo diálogo com seus cientistas e sociedade civil organizada.
Seguiremos atentos na análise dos desdobramentos dessa reforma e firmes na resistência cotidiana.
[1] Livre adaptação e referência ao verso da canção “Cálice”, escrita em 1973 por Chico Buarque e Gilberto Gil, censurada pela ditadura e lançada apenas em 1978.