Confira a entrevista especial do Boletim Anped com a coordenadora do GT 13 da Associação, a professora Elí T. Henn Fabris, que analisa a atuação do GT de Educação Fundamental e sua articulação junto à Anped e à área da educação em âmbito nacional e internacional.
Portal Anped - Como você avalia o trabalho de aprofundamento na discussão sobre Educação Fundamental dentro do GT 13?
O GT 13 tem um histórico importante no aprofundamento das discussões de temas polêmicos e também do cotidiano da Educação Fundamental no nosso país. O GT13, tem primado por trazer para o debate, em cada reunião nacional, temas encomendados que buscam abrir a discussão desses temas que são indicados pelo GT. A articulação com os demais GTs é uma política importante desenvolvida para contemplar temas do interesse da Educação Fundamental, mas sem perder a dimensão de todo o processo educacional que se desenvolve no nosso país, articulado cada vez mais aos organismos internacionais, por isso essa dimensão das políticas e da relação com outros níveis da educação não podem ficar distanciados das discussões realizadas pelo GT da Educação Fundamental. As pesquisas do GT13 em torno das escolas cicladas, das escolas de turno integral e da formação integral, infância, jovens e adultos, além das questões que envolvem educação especial, inclusão, diferença, igualdade, direitos humanos, cidadania, docência e práticas pedagógicas escolares, têm sido frequentes em nosso GT.
Como coordenadora do Grupo de Trabalho, quais questões você avalia que devem avançar nesse processo?
Penso que devemos manter e intensificar a tradição crítica do GT 13, olhar para frente, para a inovação numa dimensão de atribuir qualidade e novas abordagens aos temas que nos desafiam, que envolvem os problemas educacionais de nosso país, sem deixar de buscar no conhecimento sistematizado, nas pesquisas já realizadas o impulso para novas abordagens. Não falo aqui em inovação no sentido apenas de uso de novas tecnologias, nem no sentido de novidades interessantes e lúdicas, mas de uma inovação que consiga dar conta dos problemas do presente. Como isso, penso que nossas pesquisas precisam cada vez mais, fazer perguntas que nos levem a respostas que consigam fazer uma revisão no próprio conceito de ensino, pesquisa e extensão, que as universidades têm desenvolvido. Se tivesse que escolher um aspecto para avançar, diria que é o espaço da crítica, da crítica radical que precisamos potencializar em todas as ações, pois essa atitude nos ajudará a enfrentar com mais confiança os desafios que temos que enfrentar como professores e pesquisadores brasileiros, que têm na Educação Fundamental o foco de suas investigações e preocupações. Além de nossas pesquisas, do ensino que desenvolvemos e da relação com a sociedade que precisamos estabelecer, via retorno de nossas pesquisas, temos que estar sempre atentos para com as políticas públicas nacionais e internacionais que incidem sobre a Educação.
Os Grupos de Trabalho têm papel central na estruturação das Reuniões Nacionais da ANPEd. Como funciona essa articulação e qual o balanço do último encontro, em Goiânia (2013)?
Na reunião de Goiânia, ainda estava na vice-direção do GT. Esse ano é que estou iniciando a gestão do GT, junto com minha colega Cláudia Fernandes, da Unirio. Então, não participei de forma direta nestes momentos mais específicos junto à coordenação geral, meu colega Guilherme Toledo Prado(Unicamp), presidente do Gt 13 até o ano passado, foi quem participou das reuniões. Mas sem dúvida, os GTs são peças fundamentais nessa preparação das próximas reuniões, são nas reuniões que o GT pode se manifestar sobre locais, dinâmicas e qualificação dos processos, em Goiânia não foi diferente.
Além das Reuniões Nacionais, como você vê a importância do Grupos de Trabalho, em especial do GT 13, para o amadurecimento de temas caros à educação brasileira? E qual a relação do GT Educação Fundamental com encontros nacionais e internacionais?
Penso que já respondi parte desta questão na pergunta inicial. O GT 13 vêm contribuindo para o amadurecimento de temas, como os que já citei anteriormente. Quanto à relação com os encontros nacionais e internacionais é realizado por meio das pesquisas que desenvolvemos. O grupo tem participado de encontros nacionais e internacionais, mas por demandas de suas pesquisas. O GT 13 também tem sido convidado, em alguns momentos específicos, a participar e dar sua contribuição em encontros nacionais, organizados pelo próprio MEC e ainda, dar sua posição junto aos demais GTs, contribuindo com a coordenação geral da ANPED.
Que sugestões de leituras você indicaria para alguém que queira se inteirar melhor sobre as discussões relacionadas ao tema Educação Fundamental?
Não gostaria de indicar autores específicos, indico a produção de todos os pesquisadores do GT 13, a produção pode ser acessada pelo currículo lattes de cada um. São pesquisadores que por longo tempo têm se dedicado tanto a desenvolver sua ação pedagógica no Ensino Fundamental, quanto na pesquisa sobre a Educação Fundamental. Por outro lado, como a Educação Fundamental integra uma dos níveis do sistema de ensino da Educação brasileira, indicaria também, a leitura da nossa LDB, além de autores nacionais e internacionais que vêm buscando entender e indicar algumas possibilidades para a Educação Fundamental em nosso país ou em outros locais. Indicaria, de forma mais específica, os artigos decorrentes de nossas reuniões anuais, agora bianuais, que podem ser acessados no página da Anped, os trabalhos encomendados, além da nossa revista Revista Brasileira de Educação (RBE). A nossa página da ANPED é um bom espaço de referências para quem deseja estar conectado com o que há de mais atual, na pesquisa sobre a Educação Fundamental.
Deixamos aqui também um espaço para você abordar algum outro assunto de relevância para o GT, caso considere importante.
Quero agradecer o espaço para apresentar um pouco do que pensamos e fazemos no nosso GT 13. Quero, além disso, registrar meu compromisso junto aos colegas deste GT, para com a educação pública de qualidade em nosso país. Nosso G13 estuda, pesquisa, questiona, debate, tendo em vista construirmos uma Educação Fundamental que seja de extrema qualidade para todos os brasileiros e brasileiras. Temos um legado construído pelos participantes e pelas coordenações que nos entecederam, que construíram um espaço colegiado participativo, crítico e afetivo. Temos o compromisso de continuar essa caminhada.