Confira a entrevista especial do Boletim Anped com a coordenadora do GT 5 da Associação, Prfa. Dr.ª Maria Dilnéia Espíndola Fernandes (UFMS), e com Prfa. Dr.ª Teise Garanha Garcia (USP/RP), vice-coordenadora, que analisam a atuação do GT Política Educacional e sua articulação junto à Anped e à área da educação em âmbito nacional e internacional.
Como você avalia o trabalho de aprofundamento na discussão sobre Política Educacional dentro do GT 05?
Desde o nascedouro do GT 05 que este GT e seus pesquisadores têm buscado articular suas agendas de debates e de pesquisas com os desdobramentos e resultados da política educacional que se movimenta, não só a nacional como também a internacional.
Busca também, diante da realidade da política educacional que se configura em determinada concepção de Estado, por meio da pesquisa, a crítica radical, a proposição e, ainda, a influência na condução da política educacional no país.
Como coordenadora do Grupo de Trabalho, quais questões você avalia que devem avançar nesse processo?
Entendo que a política educacional se materializa enquanto processos de práticas sociais com vistas tanto a ampliação quanto à regressão de direitos da sociedade na confluência entre as demandas desta mesma sociedade e as proposições do Estado. Isto, contudo, se dá em um campo recheado de contradições. Cabe aos pesquisadores do GT 05 analisar em face aos seus campos teóricos tais contradições, para responder aos desafios postos pela realidade da política educacional.
Os Grupos de Trabalho têm papel central na estruturação das Reuniões Nacionais da ANPEd. Como funciona essa articulação e qual o balanço do último encontro, em Goiânia (2013)?
O GT 05 tem tido participação ativa na construção da agenda da ANPEd. De fato, a política educacional tem sido fio condutor importante da pauta da nossa Associação. Seja porque a política educacional enquanto espaço de materialização de direitos sociais ainda se encontra em processo de construção, seja porque tais direitos, estrutural e conjunturalmente, podem se encontrar ameaçados. Diante disso, tanto a crítica quanto a sensibilidade de nossos dirigentes sempre estão atentos a estes desafios. Também nosso GT tem sido importante espaço de contribuição com a Associação no que tange a formação e composição de suas diretorias, visto que, várias Presidências, entre outros cargos, vêm sendo ocupados por membros do GT. Nesse sentido o encontro em Goiânia foi mais um momento de proposição e consolidação dessa trajetória.
Além das Reuniões Nacionais, como você vê a importância dos Grupos de Trabalho, em especial do GT 05, para o amadurecimento de temas caros à educação brasileira? E qual a relação do GT 05 com encontros nacionais e internacionais?
De fato, os GTs têm proporcionado ao longo do tempo muitos espaços de construções de diálogos, discussões, intercâmbios, encontros para além das reuniões anuais da Associação. Entendo que tais espaços têm como imperativo tanto o fortalecimento da ANPEd quanto a interlocução nacional e internacional por meio da pesquisa e sua socialização.
Assim o desafio tem sido trazer para o centro do debate a educação por meio da pesquisa e sua socialização. Particularmente o GT 05 tem se dedicado, para cumprir esta agenda de interlocução por meio da pesquisa e sua socialização, a realização de seus Intercâmbios quando busca articular o estado do conhecimento da área entre seus membros ao tempo que constrói espaços de divulgação entre os vários grupos de pesquisa que o compõem. Este processo tem apresentado como resultado tanto o encontro de membros do GT para além das reuniões nacionais, quanto a possibilidade de registros sistemáticos da produção do GT a partir de temáticas previamente definidas, o que vem garantindo importante organicidade ao GT por um lado, e por outro, suscitando também novas agendas de pesquisas entre seus componentes.
Deixamos aqui também um espaço para você abordar algum outro assunto de relevância para o GT, caso considere importante.
Importante considerar o GT como espaço de acolhimento tanto de socialização da produção da pesquisa que se desenvolve nos grupos, nos programas de pós-graduação, entre outros espaços, como propositor e fomentador de novas agendas de investigação e conhecimento para a área de política educacional.
Entendo os GTs da ANPEd como espaços privilegiados que tem permitido e contribuído para que tomemos posicões críticas frente aos desafios postos pelo panorama da política educacional brasileira. Como exemplo disto, chamo a atenção para o controle social que deveremos exercer enquanto Associação frente à execução do novo Plano Nacional de Educação recentemente aprovado que, em última instância, remete a um projeto de sociedade.
Esta entrevista foi respondida por Maria Dilnéia Espíndola Fernandes (UFMS/PPGEdu) – coordenadora do GT 05, e Teise Garanha Garcia (USP/RP) – vice Coordenadora do GT 05.